Pais de crianças que usam ou usaram este utensílio passam ou já passaram por este delicado dilema. Quando chega o momento de reverter este hábito pais, mães, avós, professoras e até os irmãos mais velhos são obrigados a trabalhar juntos, com paciência e muita perseverança.
O importante é que se perceba que todos aqueles que se envolvem diretamente com a criança devem junto com ela abandonar este hábito, já que muitas vezes a chupeta é o mais eficaz instrumento utilizado pelos adultos para acalmar a criança. E de fato acalma, pois a região bucal possui uma textura bastante sensível. É composta por um conjunto de membranas finas que quando tocadas geram sensação de prazer, como o de um doce cafuné. Minutos depois da choradeira, a criança se acalma e até adormece.
Porém, especialistas alertam que a idade máxima de tolerância da chupeta é de até os três anos, pois a permanência deste hábito pode comprometer algumas das competências a serem construídas a partir desta fase, como maturidade, segurança, autonomia, entre outras.
E para fim de esclarecimento, vale lembrar que a chupeta não causa qualquer mal irreversível para os dentes, no entanto, a continuidade do uso pode levar sim, à deformidade do palato e arcada dentária.
Veja agora o pequeno e prático roteiro que criamos para auxiliar famílias e professores a procederem neste delicado processo. O adulto deverá aplicar cada etapa de uma vez e só se deverá avançar para a próxima quando a anterior tiver sido superada.
· Geralmente a chupeta é oferecida à criança pelo adulto, portanto, sua retirada deve ser também mediada por um. Esperar que a criança abandone naturalmente esse hábito pode ser um processo longo, traumático e prejudicial;
· A criança compreende absolutamente tudo que é conversado com ela, ainda que relute em aceitar e obedecer, portanto, inicie este processo com bastante conversa, explicando a ela o quanto já cresceu, as coisas que já aprendeu e superou. Aborde a chupeta com cuidado, sem ofendê-la por ainda utilizá-la. Lembre-se que a criança ao iniciar o uso da chupeta, a recebeu de alguém em quem confiava;
· Estipule certos limites, estabelecendo, com o conhecimento dela, os momentos em que poderá utilizar a chupeta. Exemplo: durante o sono, durante trajetos longos de carro ou ônibus – pois a criança costuma ficar entediada ao assistir a um filme ou programas de TV demorados, ao viajar por muitas horas, etc. Normalmente, quando a criança faz algum tipo de atividade que exija pouco esforço físico, sua tendência é sentir falta da chupeta, portanto, neste início, permita que ela a utilize somente nessas ocasiões. Peça (não tome) a chupeta ao deixá-la na escola, por exemplo, ou ao levá-la ao parque, à praça, a uma festa, pois nestes momentos a criança está se concentrando em outras atividades e a sensação de prazer provocada pelo uso da chupeta está sendo substituída pela ludicidade destas atividades.
· À medida em que for percebendo a aceitação da criança a estes limites, procure restabelecê-los, buscando diminuir sempre a permanência da criança com a chupeta. O ideal é que ela chegue ao ponto de somente utilizá-la durante o sono. Permita que ela adormeça com a chupeta na boca;
· Após dormir a criança entrará em sono profundo após cerca de 30 a 40 minutos. Marque esse tempo, certifique-se de que ela está de fato dormindo e retire, com bastante cuidado, a chupeta de sua boca, evitando ao máximo acordá-la. No início ela poderá sentir falta da chupeta ao acordar, mas com o tempo ela acordará normalmente, sem se incomodar com a ausência do objeto. O importante é fazer com que a criança acorde sem a chupeta e inicie sua rotina sem ela. Assim ela logo perceberá que sua chupeta não faz mais tanta falta assim.
· Quando a criança perceber que esta rotina já não a incomoda mais, ou seja, que acordar sem a chupeta já não é mais um problema e que consegue passar várias horas, ou até o dia inteiro sem ela, dormir sem chupeta já não será mais tão difícil. Evite oferecê-la novamente, esconda-a e quando se sentir seguro, descarte-a. E pronto! É o fim do dilema!
Lembretes importantes:
1. Uma vez entregue a você, a chupeta não deverá ser oferecida novamente à criança, a menos que ela peça. Mesmo que chegue um dos momentos em que ficou “combinado” que a chupeta é permitida, se a criança não a pediu de volta significa que não sentiu falta. É sinal de que já está superando este hábito.
2. Ao retirar a chupeta da criança durante o sono, ela poderá acordar. Perceba se ela despertou mesmo, ou se foi apenas um “sustinho”. Se ela tiver despertado de fato, deixe-a com a chupeta e aguarde até que adormeça novamente. Se sentir necessidade de dizer algumas palavras, diga sempre coisas boas: “ Mamãe está orgulhosa de você estar deixando a chupeta!”, “Papai está muito feliz de ver que você está crescendo e logo logo não usará mais chupeta!”. Evite expressões como: “Só criança feia usa chupeta!”, pois lembre-se que, provavelmente, foi você quem ofereceu sua primeira chupeta.
3. Lembre-se sempre que a criança compreende tudo que lhe é ensinado. Encare este momento como o aprendizado da bicicleta. Se você desistir no primeiro tombo, jamais saberá conduzi-la!
Boa Sorte!
0 comentários:
Postar um comentário